Atendimento Educacional Especializado: Deficiência Visual
Sônia Regina da Silva Miranda
A inclusão, de fato, só acontece quando há respostas às diferenças. Para isso,é necessário que as escolas adotem práticas pedagógicas que possibilitem às pessoas com deficiência uma aprendizagem significativa, que reconheçam e valorizem os conhecimentos que estas pessoas são capazes de produzir, observando o seu ritmo e suas possibilidades.
As salas de recursos são espaços criados dentro das escolas regulares, que visam a dar todo um suporte ao paradigma da inclusão, desenvolvendo uma proposta de atendimento que garanta aos alunos a oportunidade de desenvolverem as habilidades necessárias para ultrapassarem as barreiras impostas pela deficiência. Para isso, são disponibilizados alguns recursos e equipamentos que possam auxiliar o professor a propor atividades que estimulem o desenvolvimento dos processos mentais: atenção, percepção, memória, raciocínio,imaginação, criatividade, linguagem entre outros, visando ao fortalecimento da autonomia
dos alunos para decidir, opinar, escolher e tomar iniciativas, a partir de suas necessidades, motivações e propiciando as diferenças e a não discriminação.
O professor da Sala de Recursos atua de forma colaborativa com o professor da classe comum para a definição de estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso do aluno ao currículo e a sua interação com o grupo, promovendo condições, para que possam tomar parte de todas as atividades da escola.
O Atendimento Educacional Especializado - AEE - deverá estar previsto no PPP(Projeto Político Pedagógico) da instituição. O professor que irá desenvolver atividades no AEE deverá identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. Este atendimento irá complementar e/ou suplementar a formação do aluno com vistas a sua autonomia e independência na sala comum e fora dela.
Para maior benefício, esse serviço deve ser oferecido, preferencialmente, na própria escola que esse aluno frequenta. Há ainda a possibilidade de o AEE ser realizado em outra escola próxima ou em centros especializados. Você é professor/a de algum aluno deficiente visual, ou já teve oportunidade de conviver diretamente com essas pessoas? No endereço eletrônico abaixo encontramos o relato de uma pesquisa
científica que investigou o cotidiano escolar de deficientes visuais no interior de São Paulo. Vale a pena ler e aprender com esta experiência.
1. ORIENTAÇÕES PARA OS PROFESSORES
1.1. Conceituando Deficiência Visual
CEGUEIRA LEGAL:
A visão corrigida no melhor dos seus olhos for = 20/200, isto é, se puder ver a 20
pés (6 metros) o que uma pessoa de visão normal pode ver a 200 pés (60 metros), ou se, seu
campo visual for = a 20 graus no melhor dos olhos, mesmo que sua acuidade visual nesse
estreito campo de visão seja superior a 20/200.
PONTO DE VISTA EDUCACIONAL:
CEGOS - são aquelas pessoas que apresentam ausência total de visão, até perda da
projeção de luz. O processo de aprendizagem se fará através dos sentidos remanescentes
(tato, audição, olfato e paladar), utilizando o sistema Braille como principal meio de
comunicação escrita.
BAIXA VISÃO - São aquelas pessoas que apresentam “desde condições de indicar
projeção de luz até o grau em que a redução de acuidade interfere ou limita seu desempenho
visual. Sua aprendizagem se dará através dos meios visuais, mesmo que sejam necessários
recursos especiais.
CAMPO VISUAL - É toda informação visual recebida simultaneamente (180°). Pode
ser comparado a um enorme círculo, que para efeito de estudos, está dividido em quatro
sub-campos, ao qual se denomina quadrante, a saber:
1- quadrante naso-superior;
2- quadrante naso-inferior;
3- quadrante têmporo-superior;
4- quadrante têmporo-inferior.
ACUIDADE VISUAL - Refere-se à medida da capacidade de distinguir claramente os mínimos detalhes.
Na avaliação funcional da visão considera-se a acuidade visual, o campo visual e o uso eficiente do potencial da visão.
A funcionalidade ou eficiência da visão é definida em termos da qualidade e do aproveitamento do potencial visual, de acordo com as condições de estimulação e de ativação das funções visuais. Esta peculiaridade explica o fato de alguns alunos com um resíduo visual equivalente apresentarem uma notável discrepância no que se refere à desenvoltura e segurança na realização de tarefas, na mobilidade e percepção de estímulos ou obstáculos. Isto significa que a evidência de graves alterações orgânicas que reduzem significativamente
a acuidade e o campo visual deve ser contextualizada, considerando-se a interferência de fatores emocionais, as condições ambientais e as contingências de vida do indivíduo.
A avaliação funcional da visão revela dados quantitativos e qualitativos de observação sobre o nível da consciência visual, a recepção, assimilação, integração e elaboração dos estímulos visuais, bem como sobre o desempenho e o uso funcional do potencial da visão...
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